Todas as pessoas têm as suas rotinas nos dias de trabalho. Desde o acordar, tomar pequeno-almoço, ir para o trabalho, etc. etc. etc.
O ritual é sempre o mesmo: Sair de casa, andar uns metros, atravessar a rua porque os primeiros que costumo ver estão do outro lado (e que aventura que é atravessar uma rua em Déli) e depois começa então o diálogo. Primeiro digo sempre para onde vou. Aí metade deles decide que não quer trabalhar e acaba por não me levar. Lá tenho que andar mais uns metros à procura de outro. Encontro o segundo e digo novamente o meu destino. Quando aqui voltam a dizer que não insulto-os mentalmente (quando não o faço em alta voz na língua de Camões). Quando lá encontro um que me decide levar pergunto quanto custa. Ora, para quem me conhece bem sabe que a minha disposição matinal nunca foi a melhor. Por outro lado faço aquele caminho todos os dias e por isso sei qual é o preço certo: 40 ou 50 rupias. Assim sendo, fico invariavelmente irritado quando me pedem preços absurdos como 80 ou 90 rupias (para vos situar estou a falar de 1,5€...). Não foram poucas as vezes que fui visto em agitadas “discussões” com os condutores saindo em 90% delas por cima (o velho truque de dizer que é muito caro e virar as costas raramente falha). Os outros 10% é para aqueles dias em que nem me apetece estar sequer a discutir e acabo por lhes dar a mais.
O pior é que isto é só o início. Depois ainda há aquele doloroso caminho. São 7,5 km que duram em média 40 minutos. Os tuk-tuks são rijos e desconfortáveis. E ainda há o frio, mais o cabelo molhado que também não ajuda. Não esquecer aquele trânsito todo e ainda a poluição a que me sujeito. Os buracos na estrada que me vão lentamente desfazendo a coluna e me fazem ir entornando a lata de Ice Coffee que tento beber. Já para não falar naqueles condutores que de vez em quando decidem encostar o tuk-tuk para ir fazer as suas necessidades e me deixam ali no meio da rua. E depois a condução deles... zigue-zagues constantes, aceleradelas repentinas e travagens bruscas. E quando decidem desligar o veículo e depois ficam 10 minutos para que aquilo pegue novamente ...
Enfim, mas tudo isto eu ainda vou suportando. Agora, aquilo que me deixa com os cabelos em pé, me deixa mesmo furioso e com enorme raiva desta praga (leia-se condutores) é quando o tuk-tuk avaria. É que aí é preciso sair e dizer ao condutor que vou apanhar outro enquanto ele resmunga em hindi e insiste que demora pouco. E depois... depois todo este processo recomeça...
6 comentários:
Hahaha! A tua odisseia na India e priceless! ;)
Ricardo, como eu te percebo! Tivemos essa odisseia nos dois primeiros meses...felizmente nao precisámos de tuk-tuk para ir trabalhar...só para ir jantar!
Arranjámos uma solução. Uma mota! Loucura conduzir na Índia? Concordo! É uma questão de buzinar e ignorar os outros, "eu estou primeiro"...
Aventura-te!
Abraço
Fantástico!
Só li este post mas prometo voltar para "devorar" tudo desde o principio!
Ri-me às gargalhadas depois de 12h de de muito trabalho!
; )
Get a scooter!!! Não há quem aguente...
Grande abraço
Tuk-Tuks ao poder...Aqui em Londres há uma espécie disso, mas é muito mais louco porque são os gajos a pedalar hehehe
Ah! Ah! Nós também temos coisas parecidas por aqui... os taxistas também se recusam a levar-nos a alguns sítios e já nos expulsaram por diversas vezes :) Mas pronto, tenho que confessar! Não chegamos aos teus calcanhares! :(
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