terça-feira, 22 de julho de 2008

O nosso Hotel internacional

Durantes estes 7 meses de estadia a nossa casa tem sido um autêntico hotel multi-nações. Por cá já dormiram dezenas de pessoas das mais diversas nacionalidades. Desde portugueses a franceses, passando por finlandeses, alemães, brasileiros, canadianos e até colombianos. Foram tantos que lhes perdemos a conta. Por cá passaram familiares, amigos dos tempos de erasmus, amigos de Portugal ou simplesmente pessoas que nem conheciamos e que eram amigos de amigos ou familiares de amigos. Contas feitas por alto, mais de 30 pessoas já passaram por este “hotel”. Os nossos mais recentes hóspedes são os 4(!!!) portugueses da edição seguinte à minha do INOV Contacto. Desde há alguns dias que nesta casa (de dois quartos) estão a viver seis pessoas. Nunca a casa teve tanta animação (e já agora, nunca se sujou tão depressa...) comos nos últimos dias.
As próximas hóspedes: a minha irmã e as minhas primas.

A todos os que cá passaram um sincero Obrigado. A conta será enviada por correio nos próximos dias. Agradecemos confirmação da recepção da mesma e que o pagamento seja efectuado no prazo máximo de 5 dias úteis. Aceitamos dinheiro (Euros ou Rupias), cheques e transferências bancárias. Não aceitamos cartões de crédito pelo que pedimos desculpa por qualquer incómodo causado.

A Gerência, 22 de Julho de 2008

Indianos e o nosso amor por eles...

Durante os diversos posts que fui escrevendo ao longo desta minha experiência em terras indianas penso que deixei relativamente bem claro o meu sentimento em relação a este povo. Mas o que dizer quando o rapaz que costuma vir buscar e trazer as nossas roupas para a lavandaria aparece, com o maior dos descaramentos, vestido com uma t-shirt do Kwame?

domingo, 20 de julho de 2008

Fim-de-semana em Varanassi

Descrever este fim-de-semana numa única palavra é muito simples: foi um fim-de-semana autenticamente surreal!

O grupo era formado por 8 pessoas: quatro franceses e quatro portugueses (eu, o Kwame, o Bernanrdo e o Telmo, recem-chegados a Déli integrados na edição seguinte à minha do INOV Contacto)

Tudo começou na quinta-feira com uma saída nocturna que durou até altas horas da madrugada. Como resultado directo dessa noitada perdemos o comboio da 1h da tarde para o qual tinhamos os bilhetes comprados. De nada adiantou sair à pressa de casa sem banho tomado e correr loucamente pela estação sob temperaturas superiores a 35ºC.
Após muito tempo perdido (e com a ajuda de um amigo indiano) lá conseguimos comprar bilhete para o comboio das 6h30. O único problema é que teria que ser na classe Sem Ar-condicionado...
Desta vez lá conseguimos apanhar o comboio e cedo percebemos que ia ser uma viagem longa: 13horas sem ar-condicionado, rodeados de indianos, com janelas abertas e insectos a entrar por tudo quanto era lado... Achamos nós na altura que aquilo eram más condições... mas nada nos fazia prever a viagem de regresso... Adiante.
Por volta das 7h30 da manhã chegamos finalmente ao destino. Já tinhamos uma Guest House referenciada pelo que pousamos as malas e fizemo-nos às ruas de Varanassi com um guia indiano (que ainda estou para perceber de onde apareceu).

Para quem não sabe, Varanssi é conhecida pelo rio que a banha, o Ganges, onde são depositadas as cinzas dos corpos cremados nas suas margens. Contudo há excepções: crianças, grávidas, mortes por veneno de cobra ou por malária são atirados directamente ao rio sem serem cremadas.

E foi precisamente com um destes casos com que fomos presenteados logo ao ínicio. Mal chegamos às margens do rio deparamo-nos com o funeral de uma criança... Era impossível pedir um choque inicial maior. O resto do dia passou-se tranquilamente a visitar as ruas de Varanassi, uma fábrica da seda (obviamente acompanhada de uma visita à loja), templos e pouco mais. Ao fim da tarde, já estoirados fomos para o hotel dormir uma sesta. Não mais saimos do hotel nesse dia terminando a noite com um jogo de poker no hotel que durou até as 4h da manha. Não foi a melhor das ideias porque no dia seguinte tinhamos combinado sair as 5h da manha para um passeio de barco pelo rio.
Com grande esforço e sacrificio lá nos levantamos para o nosso passeio. Mais choques culturais... entre ver pessoas a tomarem banho no rio (para lavarem os seus pecados) e mais funerais tivemos ainda o previlégio de ver dois corpos a boiar no rio...
Findo o passeio voltamos ao hotel para o pequeno-almoço e aproveitar para dormir mais um pouco. O resto do dia foi passado nas ruas de Varanassi com guias improvisados que nos iam chateando a cabeça apesar dos diversos avisos de “não levarão dinheiro nenhum de nós”.
Chegou então a hora de ir embora. Todo o fim-de-semana tinha sido surreal e apenas conseguiamos pensar no comboio de regresso onde tinhamos comprado bilhetes para a classe com ar-condicionado. Pura ilusão... tinhamos comprado bilhetes para a classe com ar-condicionado mas os bilhetes estavam em lista de espera! O caos! E agora o que fazer? Dica que nos deram: ponham-se dentro do comboio e ocupem os lugares vazios! Lugares vazios? Quais lugares vazios? Ainda conseguimos nas primeiras duas horas mas depois todos foram ocupados nas estações seguintes. A única solução que conseguimos encontrar foi passar a restante viagem (entre 10 a 11 horas) naqueles espaços minusculos entres as carruagens...
Dizer que foi um fim-de-semana surreal acho que é dizer pouco... Só na India!

Divirtam-se com as fotos e vídeo.



Estação de comboios de Nova Déli

Bernardo (suado) e indiano

Aspecto da carruagem sem ar-condicionado

Estação de Varanassi

Funeral de uma criança

Corpo da criança atirado ao rio

Bernardo e um indiano

Trabalho infantil numa fábrica de seda

Nas ruas de Varanassi

Mercado de Varanassi

Na India sê indiano

Corpo a boiar no rio Ganges

Indianos a banharem-se nas margens do rio

O grupo (excluindo eu). Da esquerda para a direita: Telmo (C12), Flo (francesa), Kwame (C11), Ben, Alexis e François (franceses) e Bernardo (C12)

A Companhia Indiana de Caminhos-de-Ferro tem o certificado ISO9001... priceless!



terça-feira, 1 de julho de 2008

Macau e Hong-Kong: um aniversário inesquecível

E eis que, mais rápido do que esperava, voltei àquela que foi a minha terra e a minha casa no ano anterior.

A ocasião: celebrar o meu aniversário – 22 de Junho – (os que se esqueceram... paciência, provavelmente também me esqueci dos vossos!!)

Na quarta-feira à noite, dia 18, partimos da India, os quatro contacteantes, Eu e o Kwame de Déli mais o Zé e o Jaime de Bangalore, tendo como rumo Hong-Kong por dois dias e Macau por mais dois.
Em Hong-Kong fomos ao tradicional Peak, o ponto mais alto da cidade, e assistimos ao não menos famoso Skyline, espectáculo de luzes e som com os arranha-ceús junto à margem do rio.
O restante tempo foi passado entre um bar (a ver o futebol... tinhas que fazer das tuas Ricardo... não mereces o nome que tens!), compras nas tendinhas, perdidos à procura de um sítio para dormir e finalmente nas lojas de electrónica.

Sexta-feira à noite, depois de uma hora de barco, chegamos a Macau. À nossa espera a melhor refeição dos últimos tempos: bacalhau com natas cozinhado pela anfitriã Marta (a fazer lembrar a comidinha da mamã... e da D. Sónia!). Em Macau pouco fizemos. Casinos (obviamente), bares, piscina e uma visita rápida às ruínas de S. Paulo (à qual não me juntei... domingo de manhã é para dormir e já vi as ruínas centenas de vezes!). Foi estranho estar de volta a Macau ao fim de tão pouco tempo mas obviamente soube lindamente. Foi também estranho ver a evolução durante o último ano: novos prédios cresceram, mais três ou quatro casinos surgiram, restaurantes que desapareceram e finalmente, perceber que os bares e discotecas que frequentei o ano passado “morreram”.

Mais uma vez, obrigadíssimo à Marta, ao Johnny e ao Pedro pela recepção que tivemos e pelas grandes condições que nos proporcionaram (se cá vierem desconfio que não terão as mesmas... desconfio).

Até breve!

P.S.: durante o tempo que estivemos em Hong-Kong e Macau fizemos oito refeições assim repartidas: apenas um restaurante chinês, um restaurante português, uma refeição cozinhada em casa, uma refeição italiana e finalmente, duas vezes McDonald’s, uma no Burger King e uma outra em mais uma dessas fast-foods com hamburguers. Aaaah, que bem que soube comer carne de vaca!

Foto típica no Peak, Hong-Kong. Da esq. para a dir.: Kwame, Jaime, Zé e eu

A ver o Skyline, ainda em Hong-Kong

Duas imagens completamente diferentes mas típicas de Hong-Kong. A zona marginal povoada de arranha-céus e as ruas da "Zona das Electrónicas" com uma multidão de chineses

Eu e Juan, colombiano, grande amigo dos tempos (longínquos) em que estudei em Macau

A isto eu chamo amor... os contacteantes de Bangalore, Índia

Jaime, Marta e eu perdidos algures na noite...

À saída da discoteca, sol já lá bem no alto e não há nada como fazer tai-chi para relaxar!

Jantar exclusivamente para portugueses num restaurante, obviamente, português

Este é o menu do restaurante: bitoque, costeletas fritas, bifanas no prato c/ ovo, etc. etc. É só mesmo para me sentir frustrado e me deixar a pensar que aqueles sortudos em Macau podem lá ir quando quiserem...

Domingo de manhã... passeio pelas ruas de Macau. Os sinais da noite anterior são evidentes!

A única foto de grupo que passou na censura... (e viva o photoshop!)