domingo, 30 de março de 2008

Encontro INOV Contacto em Déli

Aqui há umas semanas tivemos o prazer de receber em Déli a restante família Contacto na Índia. Mais um convívio entre os Vascos-da-Gama do programa Contacto.

Pouco há a dizer sobre o fim-de-semana, porque como diz o Zé, a maior parte não passa na censura.
Como não podia deixar o fim-de-semana (prolongado) começou logo na 5ªfeira com uma ida ao famosíssimo bar onde disfrutamos de mais uma noite dos expatriados! E que noite...

No dia seguinte pouco se passou até porque para alguns era dia de trabalho.
No Sábado os restantes meninos foram ao Taj Mahal enquanto que eu, o único trabalhador atinado da India, fiquei a trabalhar...
No Domingo conseguimos realizar um encontro com alguns portugueses em Déli. Um brunch onde se juntaram 8 portugueses!! Nada mau

Ficam então as fotos (possíveis) desse fim-de-semana


Os quatro no tuk-tuk

No famoso bar com um casal de portugueses Orlando e Natalie que conhecemos em Déli


Brunch com alguns dos portugueses (Constantino, se vires isto, desculpa lá mas não tinha fotos tua)

Fim-de-semana em Goa

24 horas foi o tempo que estive em Goa! Muito pouco, mas é a isto que um trabalhador tem que se sujeitar. Como sou um trabalhador muito responsável, ao contrário de todos os outros Contacteantes na Índia, só Sábado (feriado nacional) me pude deslocar a Goa (enquanto que os outros três meninos Kwame, Jaime e Zé foram na sexta...).
Mas como resumir estas 24 horas em Goa? Muito muito simples:

Sábado:
- Chuva torrencial durante quase todo o dia... que não nos impediu de ir para a praia;
- Hum... doença mais típica na Índia para um ocidental: desarranjos intestinais;
- Jantar num restaurante português onde o dono, um goense, ainda falava português. Claro que com o meu problema acabei por não comer nada...

Domingo:
- Dia de praia fabuloso;
- Pequeno almoço nas espreguiçadeiras;
- ... desarranjos intestinais;
- 3 da tarde... são horas de ir para o aeroporto!

Foi assim que se passou mais um fim-de-semana. Acabou por valer a pena por podermos fugir de Déli e podermos fazer mais uma reunião Inov Contacto 11 na Índia.

Beijos e abraços


Entrada do restaurante português

Pelas nuvens já se adivinhava a chuvada que aí vinha

Deitados nas espreguiçadeiras... (foto tirada na sexta-feira enquanto certas pessoas trabalhavam)

sábado, 15 de março de 2008

Tomar banho no séc. XIX

No sec. XIX e durante largas décadas do sec. XX para se tomar banho em Portugal era preciso uma grande ginástica. Naqueles tempos distantes em que não havia chuveiros uma das técnicas usadas era a do balde. Punha-se água num balde (os mais sortudos aqueciam a água em panelas) e depois despejava-se aos poucos pelo corpo.

Já devem estar a começar a perceber a razão de ser deste post...

Pois bem, aqui por terras indinas todas as casas-de-banho (quer seja em casas particulares, quer seja em hóteis) têm dois baldes, um grande e um pequeno. A principio, no hotel onde ficamos, nem percebíamos bem o porquê, uma vez que a pressão da água era mais que suficiente para tomar um duche.

O nosso humilde apartamento não foge, obviamente, à regra. Quando o alugamos lá estavam os dois baldes, mas só quando começamos de facto a lá viver é que nos apercebemos que tinhamos mesmo de os usar...

Durante o inverno precisamos de usar água quente, logo, era também este o sistema que tinhamos que usar: fazer uma mistura de água quente e fria no balde grande (temos umas torneiras na “banheira” a um nível mais baixo onde a pressão da água quente é suficiente) e depois usamos o balde pequeno para nos irmos banhando. Agora que o tempo aqueceu a água quente já não é tão necessária pelo que muitas vezes é possível usar o chuveiro, no entanto, ainda há aqueles dias mais frescos onde o balde é usado...

Acreditem porque é mesmo verdade! Em pleno século XXI ainda temos que usar este sistema. E o pior era mesmo ter que atravessar o terraço desde a casa-de-banho até ao quarto com a toalha enrolada à cintura (são só uns dois ou três metros, mas de manhã fazia um frio de rachar).

E assim vou (sobre)vivendo na Índia. Sem dúvida uma experiência de vida inesquecivel.

Deixo-vos a foto em baixo.

Beijos e abraços a todos

quinta-feira, 13 de março de 2008

Piadas...

Existem piadas para todos os gostos e feitios. Existem piadas sobre tudo e todos. Existem piadas sobre alentejanos, loiras, mulheres, sportinguistas, sobre políticos e também sobre assuntos mais sérios como Holocausto...

As piadas não têm por objectivo ofender ninguém. O seu objectivo passa por fazer rir as pessoas.

Feita esta introdução, politicamente correcta, gostava de escrever aqui três piadas que lemos/ouvimos na India, relembro, sem ter intenção de ofender povos, culturas ou países.

- Qual o significado da palavra INDIA? I'll Never Do It Again

- Qual o melhor sítio para passar férias na India? A Tailândia

- A India é um país encantador. O seu encanto começa logo no Aeroporto Internacional de Déli... nas partidas!

segunda-feira, 3 de março de 2008

A Aventura de encontrar Carne de Vaca em Déli

Estou na Índia há pouco mais de três meses e já sabia, antes de ter vindo, que encontrar carne de vaca seria muito complicado. Após os primeiros dias, em que jantei em vários restaurantes (desde italianos a indianos passando por chineses e outros tantos ocidentais), confirmaram-se os meus receiros. Ainda encontramos alguns sítios em que na ementa dizia “tenderloin” (cujo o sinónimo em português é bife) mas que não era certamente carne de vaca (em alguns sítios até era bom... mas repito, não era carne de vaca).

Passados quase três meses e após ter mais alguma confiança com os meus colegas de trabalho acabei por perguntar a um deles (católico de nascença) se seria possível encontrar o fruto proíbido. A resposta, para meu espanto, foi afirmativa. A esperança voltou.

Há umas semanas atrás, num Domingo, dia santo, decidimos então partir em busca do tesouro, qual Indiana Jones em busca da esmeralda perdida! Disseram-nos que o local apropriado para encontrar seria no Bairro Muçulmano. O gang era composto por mim, o Kwame e a Sarah. Alugamos um táxi e durante o caminho, enquanto eu ressonava profundamente, eles souberam que deveríamos ser discretos e perguntar por Talhos Muçulmanos e nunca perguntar por carne de vaca. O táxi deixou-nos à entrada do bairro, um dos com pior aspecto que vi em Déli. Eu, ingénuo como sempre, sem ter ouvido a conversa no táxi, decidi avançar e perguntar numa gesthouse onde é que podia encontrar um talho. Não perceberam bem e fiz nova pergunta: “Onde é que posso encontrar carne de vaca...?”. A resposta foi “não sei” e quando começaram a falar em hindi e um deles explicou o que é que eu queria recebi um olhar reprovador. Primeiro incidente, mas nada de preocupante. A aventura contínua. Perguntamos mais umas indicações e lá caminhamos nós pelo meio do bairro muçulmano, pelas ruelas estreitas, com os fios de electrcidade descaídos, quase a tocar-nos na cabeça, e sempre sob o olhar atento e desconfiado dos muçulmanos. Encontramos finalmente um talho muçulmano. Estavamos mais perto que nunca. Após ter metido àgua na primeira tentativa, disse discretamente à entrada ao Kwame: “This time you’ll do the talking”. Analisamos o local. Perguntamos se era um talho muçulmano. A resposta foi: “querem carne de vaca?” Meio embaraçados, com ar de culpa como se tivessemos acabado de cometer um pecado, acenamos com a cabeça em sentido afirmativo. “Voltem amanhã que hoje já esgotou”. Mais um acidente de percurso, mas quem espera sempre alcança. Continuamos a vaguear pelo bairro. Visitamos mais três ou quatro talhos e nada. O desânimo começava a apoderar-se das tropas. Voltamos para o táxi cabisbaixos. No entanto ainda havia esperança. Tinham-nos indicado um outro sítio onde poderíamos encontrar o “produto”. A precisar de uma bela dose de bife, ressacados por três meses de ausência de proteínas de carne de vaca no corpo, lá nos pusemos a caminho. Desta vez o sítio era ligeiramente mais apresentável se bem que o último estrangeiro que lá entrou data de 1957 e do qual nunca mais se ouviu falar. Após termos encontrado um “guia” para nos levar ao local certo lá chegamos ao oásis. Analisamos novamente o talho e o “produto”. Não se parecia lá muito com carne de vaca (para ser sincero só conheço o aspecto da carne de vaca no prato e já cozinhado... nunca fui muito dado a ir ao talho), mas acabamos por comprar. Todos contentes por finalmente termos encontrado bife em Déli lá fomos para casa cozinhar.

Os chefes Kwame e Sarah encarregaram-se dos cozinhados.

Resultado: uma hora depois estavamos na sala a comer pizza... Mais uma vez, aquilo não era o produto que procuravamos, ou então não era 100% material puro.

Mais uma experiência inesquecível que fica para a história desta minha, já de si inesquecível, passagem pela Índia.

Beijos e abraços a todos

P.S.: Qualquer semelhança entre procurar carne de vaca em Deli ou droga em Portugal é pura coincidência!

(A qualidade das fotos não é a melhor. Devido ao perigo da missão em que nos encontravamos tivemos que tirar as fotos em modo câmara oculta!)